quarta-feira, 16 de janeiro de 2013

A MÚSICA NAS SÉRIES INICIAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL: RE-APRENDENDO A CANTAR


 A MÚSICA NAS SÉRIES INICIAIS DE ENSINO FUNDAMENTAL: RE-APRENDENDO A CANTAR

O objetivo deste artigo é refletir sobre o ensino da música nas séries iniciais de ensino e como ela influenciará na vida futura escolar de nossos alunos. A música surge nos anos iniciais para suavizar o ambiente escolar e criar um maior desenvolvimento cognitivo das crianças, nessa etapa educacional. LOUREIRO (2010, pág.107) argumenta que: Há várias décadas, a educação musical se encontra praticamente ausente das escolas brasileiras. Sua ausência nos currículos se explica por vários fatores, entre os quais merece destaque sua perda de identidade como disciplina. Vale ressaltar que a música é algo muito importante na vida de todos, pois expressa sentimentos, vontades culturais, ela pode se transformar num ótimo objeto de ensino e aprendizagem, pois as crianças dos anos iniciais conseguem se expressar com facilidade através da música, que é tida como a primeira manifestação artística vivenciada pelo homem. NAPOLITANO (2005, pág.07) afirma que: Além disso, a música tem sido ao menos em boa parte do século XX, a tradutora dos nossos dilemas nacionais e veículo de nossas utopias sociais. A música na educação pode servir para a autonomia e a formação da personalidade da criança que são elementos determinantes para a aprendizagem do aluno. É preciso ampliar a ideia de música nas escolas, o alunado possui um grande conhecimento, porque eles interagem de forma livre e, enquanto isso está ampliando seu aprendizado. LOUREIRO (2010, pág.109) sustenta que: São muitos os problemas enfrentados pela área de educação musical. Dentre eles, consideramos como os de maior importância a falta de sistematização do ensino de música nas escolas de ensino fundamental e o desconhecimento do valor da educação musical como disciplina integrante do currículo escolar.  A partir dessa reflexão, pode-se dizer que a utilização da música pelo educando favorece os primeiros sinais de conhecimento, facilitando o contato das disciplinas por eles estudadas. BRITO (2010, pág.28) comenta que: Como uma das formas de representação simbólica do mundo, a música, em sua diversidade e riqueza, permite-nos conhecer melhor a nós mesmos e ao outro – próximo ou distante. Nesta fase, através da música o discente concilia a aprendizagem, onde o ensino requer paciência e dedicação do docente para desenvolver seu trabalho pedagógico. Os Parâmetros Curriculares Nacionais (1997, pág. 75) afirma que: A música sempre esteve associada às tradições e às culturas de cada época. Atualmente, o desenvolvimento tecnológico aplicado às comunicações vem modificando consideravelmente as referências musicais das sociedades pela possibilidade de uma escuta simultânea de toda produção mundial por meio de discos, fitas, rádio, televisão, computador, jogos eletrônicos, cinema, publicidade. Em função disso por diversas vezes durante o decorrer das aulas deparamos com os nossos alunos cantando, se divertindo e brincando nos intervalos das aulas ou no recreio, com auxílio de aparelhos celulares, Ipod, Mp4 ouvindo músicas em Mp3. Diz o ditado quem canta os males espanta! Quem sabe o conteúdo ministrado está o influenciando positivamente e o discente se encontra motivado a todo instante. Se convidarmos uma criança para cantar qualquer música, ela atende de imediato o nosso pedido. O aluno o faz naturalmente por que cantar é uma atividade que o atrai com muita facilidade, para ele é um divertimento e um momento prazeroso. NAPOLITANO (2005, pág.11) justifica que: Mas além de ser veículo para uma boa ideia, a canção (e a música popular como um todo) também ajuda a pensar a sociedade e a história. NADAL (2011, pág.38) enfatiza que: "O ensino de música em países como o Brasil passa por uma crise e fala sobre os caminhos a serem percorridos para formar bons professores até 2012, quando o conteúdo passa a ser obrigatório na educação básica (mas ainda vinculado à disciplina de arte). De acordo com LOUREIRO (2010, pág.109): A importância da arte na “era tecnológica” se deve ao fato de ser um elemento essencial de integração do homem na sociedade, surgindo como um instrumento de desenvolvimento da personalidade, de libertação, de estímulo à criatividade, meio indispensável de educação. Tal afirmação vem ao encontro ao que precisamos nos adequar e inserir no planejamento anual sobre artes, eixo música, várias capacidades tais como: Saber que o som tem qualidades (ou parâmetros) tais como: altura, duração, intensidade, timbre e densidade. Em nosso tempo a música integra todos os tipos de sons: tom aos quais podemos citar as notas musicais: dó, ré, mi, fá, só, lá, si, dó. Ruídos produzidos ao redor do ambiente, dos carros que passam batidas de portas, produzidos pelos próprios alunos como espirrar ou tossir. Mescla produzido por ruídos vocais. BRITO (2010, pág.28) salienta que: As muitas músicas da música – o samba ou o maracatu brasileiro, o blues e jazz norte-americano, a valsa, o rap, a sinfonia clássica europeia, o canto gregoriano medieval, o canto dos monges budistas, a música concreta, a música aleatória, música da cultura infantil, entre outras possibilidades – são expressões sonoras que refletem a consciência, o modo de perceber, pensar e sentir de indivíduos, comunidades, culturas, regiões, em seu processo sócio-histórico. Daí a necessidade de o alunado reconhecer diferentes gêneros musicais: músicas de roda, axé, sertaneja, balada, rock, funk, hip hop, rap, reagge,samba, pagode, baião,Pop, jazz,eletrônica e etc...Perceber altura que é o parâmetro relacionado à criação de linhas melódicas, melodias e harmonias, distinguir diferentes ritmos em músicas infantis, do repertório regional e nacional,  Elaborar formas de registro para documentar as experiências sonoras vivenciadas (percepção, criação /  produção, comunicação / representação, análise e registro e Perceber os sons ambientes (vozes, corpos e materiais sonoros), associando-se à fonte. Para NAPOLITANO (2005, pág. 44): Mas a vida musical das ruas , senzalas e bairros populares era intensa, embora tenha deixado poucos registros impressos ou escritos. Seu legado é basicamente oral e preservado através das canções folclóricas, festas populares e danças dramáticas. De acordo com BRITO (2010, pág.29): Não podemos deixar de lembrar a influência das transformações tecnológicas, que ampliaram os meios para o fazer musical pela introdução de instrumentos eletrônicos, sintetizadores, computadores etc... A música concreta e a música eletrônica, desenvolvidas na primeira metade do século XX, provocaram mudanças que continuam ocorrendo até os dias atuais em todos os gêneros e estilos musicais.   Música é algo que nos fascina,  desenvolver um projeto de música na classe que lecionamos é muito importante e a partir dela pode-se desenvolver várias atividades interessantes interagindo todos as disciplinas. Quanto aos alunos, este é um tema que com certeza vai atraí-los e muito: conhecem diferentes gêneros musicais e já distinguem diferentes ritmos musicais, ouvem músicas em seus lares, baixam arquivos em seus celulares e frequentam lugares públicos onde podem aumentar seus conhecimentos sobre música.GAINZA (2011, pág.39) sustenta que: A educação musical é uma ferramenta de inclusão social e cultural. Portanto, acredito que se uma classe não é totalmente alfabetizada, esta aí uma oportunidade de incluirmos estes alunos que se sentem excluídos de conhecimentos, mas motivados por um conteúdo fascinante e prazeroso e que pode fazer diferença na maneira de alfabetizar.

JOGANDO COM A MÚSICA

Quando a criança canta uma música de roda ela própria cria um jeito de cantá-la utilizando um jogo. Por exemplo: No recreio, na educação física ou em casa ela canta: Adoleta. A brincadeira é a seguinte: As crianças em roda, tendo as mãos abertas com as palmas viradas para cima, mão direita sobre a mão esquerda do vizinho. Uma primeira criança faz um movimento com a sua mão direita e bate sobre a mão direita do vizinho à sua esquerda. Esta então repete o mesmo movimento com o seu vizinho e assim sucessivamente, de maneira que este gesto será “passado” de um a um pela roda. Essas batidas acompanham a marcação (pulso) da música.
Adoleta
Le peti peti petá
Le café com chocolá
Adoletá

Puxa o rabo do tatu
Quem saiu foi tu
Barra berra birra borra
Burra!
No final, quando se dirá “Burra”, o tapinha que vinha circulando na roda poderá se transformar numa palmada. A pessoa visada pela batida deverá retirar rapidamente a sua mão para escapar do golpe, e evitar que seja excluída da brincadeira.
A B C ou Alfabeto: brincadeira feita em duplas (um em frente ao outro), onde o texto é o próprio alfabeto (de A a Z), interpretado de maneira articulada, com palmas, uma para as vogais, outra para as consoantes. Nas vogais: levanta-se a perna direita e bate-se palma com as mãos por baixo dela (alternando-se sempre; por exemplo, começar com a direita e após esquerda, direita, esquerda e direita). Nas consoantes: batem-se palmas cruzadas com o companheiro, isto é, mão direita com mão direita, alternando para mão esquerda. Entre cada uma das letras intercala-se uma palma, batida individualmente com as mãos colocadas em frente ao peito (posição habitual).
Texto            Movimentos
(pausa          Palma individual normal
A                  Palma individual por baixo da perna direita. Palma individual normal
B                   Palma entre eles (mão direita com mão direita)
                      Palma individual normal
C               Palma entre eles mão esquerda com mão esquerda                                 Palma individual normal
D                   Palma entre eles (mão direita com mão direita)
                      Palma individual normal
E                    Palma individual por baixo da perna esquerda
                       Palma individual normal
F               Palma entre eles mão esquerda com mão esquerda
Etc...
Na letra X cruzam as mãos ligeiramente sobre o rosto, fazem um giro sobre si mesmo e batem as palmas ainda com as mãos cruzadas frente a frente com o companheiro, na letra Z.

Conclusão
. Não há como negar a importância da música nos anos iniciais do ensino fundamental, que vai desde o aspecto da aprendizagem até o aspecto de socialização da criança. Colocar as crianças em roda cantando, planejar aulas com musicalização, definir atitudes lúdicas com música só tem a acrescentar na aprendizagem do educando. Explorar as músicas com as crianças em todos os aspectos é papel fundamental do educador, pois com isso pode explorar o potencial humano, formativo e do conhecimento que está oculto nas crianças, a criança se sente mais feliz e o educador sente prazer por estar contribuindo com as crianças de alguma forma. Boa parte da vivência em escola juntamente com os estudos e com experiências de outros profissionais permitem concluir que a música em sala de aula é mais que necessário, é comprometimento do educador que almeja fazer um bom trabalho, é motivar sem esquecer-se do ser humano, é sensibilizar as crianças, provocar sentimentos e resgatar valores humanos. O papel da música é deixar o ambiente mais agradável,lúdico, harmonioso, alegre, isto é, tendo em consideração o tipo e ambiente e a atividade a ser exercida. A música deve proporcionar a esses alunos o desenvolvimento cognitivo e psicomotor, acompanhando assim a criança e desenvolvendo o aspecto intelectual. Além de ter um avanço terapêutico, desenvoltura de socialização, desinibição,proporcionando limites, equilíbrio dinâmico e estático. Os cuidados do educador vão desde a seleção e repertório das músicas à qualidade de sons e sua altura e aspectos relativos à aprendizagem do educando.
                            As atividades musicais realizadas na escola não visam à formação de músicos, e sim, através da vivência e compreensão da linguagem musical, propiciar a abertura de canais sensoriais, facilitando a expressão de emoções, ampliando a cultura geral e contribuindo para a formação integral da criança.






Referências
BRASIL,Secretaria de Educação Fundamental.Parâmetros Curriculares Nacionais: arte Vol 06/Secretaria de Educação Fundamental. Brasília: MEC/SEF, 1997.

BRITO, Teca Alencar de. Música na Educação Infantil: Propostas para a Formação Integral da Criança. Petrópolis: 2010.

CAMPBELL, Linda; CAMPBELL, Bruce; DICKINSON, Dee. Ensino e Aprendizagem por meio das Inteligências Múltiplas. 2ed. Porto Alegre: Artmed, 2000.

GAINZA, Violeta Hemsy de. Estudos de Psicopedagogia Musical. São Paulo:Summus,2009.


LOUREIRO, Alicia Maria Almeida. O ensino de música na escola fundamental. 2010. Campinas:Papirus.

MINAS GERAIS, Secretaria de Estado da Educação. Projeto Música na Escola.Livro de música.1998.

MORAES, J.Jota de. O que é música. São Paulo: Brasiliense, 2009.

NAPOLITANO, Marcos. História & Música.Belo Horizonte: Autêntica, 2005.

Nenhum comentário:

Postar um comentário