A lagarta
Edvete da Cruz Machado
Era
uma lagarta,
Que
a caminhar,
No
verde galhinho
Foi
procurar,
Um
bom lugarzinho
Para
descansar.
Dormiu
muito tempo
E
assim fabricou,
Um
fio bem longo
Onde
se enrolou...
E
quando acordou
Que
bela surpresa
Virou
borboleta
Foi
uma beleza!
BORBOLETAS
Borboletas fecham as asas
quando vão dormir
são tão pequenas
não atrapalham ninguém
mesmo assim se dobram
pela metade
modestamente...
Olhando o que elas fazem
a gente
balança a cabeça
e diz pro mundo: psiu!
com medo
que o menor barulho
possa acordar as borboletas.
MISTÉRIO
DO AMOR
(José Paulo Paes)
O BEIJA - FLOR
QUE BEIJA
A FLOR
OU É A
FLOR
QUE BEIJA
O BEIJA – FLOR?
LAGOA
Carlos Drumond de Andrade
Eu
não vi o mar
Não
sei se o mar é bonito
Não
sei se ele é bravo.
O
mar não me importa.
Eu vi
a lagoa.
A
lagoa, sim.
A
lagoa é grande
E
calma também.
Na
chuva de cores
Da
tarde que explode
A
lagoa brilha
A
lagoa se pinta
De
todas as cores
Eu
não vi o mar,
Eu
vi a lagoa...
O
MENINO DOENTE
Manuel Bandeira
O
menino dorme.
Para
que o menino
Durma
sossegado,
Sentada
ao seu lado
A
mãezinha canta:
-
“Dodói, vai-te embora!
Deixa
meu filhinho.
Dorme...
dorme... meu...”
Morta
de fadiga,
Ela
adormeceu.
Então
no ombro dela,
Um
vulto de santa,
Na
mesma cantiga,
Na
mesma voz dela,
Se
debruça e canta:
-
“Dorme, meu amor.
Dorme,
meu benzinho...”
E o
menino dormia.
TREM
DE FERRO
Manuel Bandeira
Café
com pão
Café
com pão
Café
com pão
Virge
Maria que foi isso maquinista?
Agora
sim
Café
com pão
Agora
sim
Voa,
fumaça
Chore,
cerca
Aí
seu foguista
bota
fogo
Na
fornalha
Que
eu preciso
Muita
força
Muita
força
Muita
Força
Oô..
Foge,
bicho
Foge,
povo
Passa
ponte
Passa
posto
Passa
pasto
Passa
boi
Passa
Boiada
Passa
galho
Debruçada
No
riacho
Que
vontade de cantar!
Oô...
Quando
me prendero
No
canaviá
Cada
pé de cana era um oficiá
Oô....
Menina
bonita
Do
vestido verde
Me
dá tua boca
Pra
matá minha sede.
Oô...
Vou
mimbora vou mimbora
Não
gosto daqui,
Nasci
no sertão
Sou
de Ouricuri
Oô...
Vou
depressa
Vou
correndo
Vou
na toda
Que
só levo
Pouca
gente
Pouca
gente
Pouca
gente...
FOLHINHA
VERDE
Marieta Leite
A
BOLA AZUL
Cecília Meireles
Era
uma bola azul, tão bonita!
Parecia
a lua,
se a
lua fosse azul.
Amarrada
num fio,
ia
ao vento, de cá, de lá,
alegre
como
se estivesse rindo.
Dormiste
com ela segura na mão.
De
noite a bola arrebentou.
Quando
acordastes, presa num fio
a
bola morta não se movia.
Começastes
a chorar.
Mas
mamãe
da
bola grande que morrera
fez
uma porção de bolas pequeninas,
azuis
azuis...
Pareciam
estrelas
se
estrelas fossem azuis.
AS
MENINAS
Cecília Meireles
A
BAILARINA
Cecília Meireles
BOLHAS
Cecília Meireles
Olha
a bolha d’água
No galho!
Olha
o orvalho!
Olha
a bolha de vinho
Na
rolha!
Olha
a bolha!
Olha
a bolha na mão
Que
trabalha!
Olha
a bolha de sabão
Na
ponta da palha,
Brilha,
espelha
E se
espalha
O
CAVALINHO BRANCO
Cecília Meireles
Á
tarde, o cavalinho branco
está
muito cansado:
mas
há um pedacinho de campo
onde
sempre é feriado.
O
cavalo sacode a crina
loura
e comprida
e
nas verdes ervas atira
sua
branca vida.
Seu
relincho estremece as raízes
e
ele ensina aos ventos
a
alegria de sentir livres
seus
movimentos.
Trabalhou
todo o dia tanto!
desde
a madrugada!
Descansa
entre as flores, cavalinho branco
de
crina dourada!
TEMPESTADE
Henriqueta
Lisboa
- Menino,
vem para dentro
olha a chuva lá na serra,
olha como vem o vento!
Como
a chuva é bonita!
e
como o vento é valente.
- Não sejas doido, menino.
esse vento te carrega,
essa chuva te derrete!
- Eu
não sou jeito de açúcar
para derreter na chuva.
Eu tenho força nas pernas
para lutar contra o vento!
E
enquanto o vento soprava
enquanto
a chuva caía
que
nem um pinto molhado
teimoso
como ele só
-
Gosto de chuva com vento,
gosto de vento com chuva!
Que delícia! Poesias de minha infância!!!
ResponderExcluirParabéns!
Voltei a ser criança de novo... algumas delas, sei até hoje, de cor. Dos bons tempos em que se ensinava poesia nas escolas... Janeth Coutinho, de Santa Catarina.
ResponderExcluir