sexta-feira, 29 de março de 2013

A FORÇA POSITIVA DO NÃO

                                                                            * Dulciléia Abreu da Silva                  

                      Uma das grandes dificuldades que percebo nas pessoas é a de lidar com o "NÃO", tanto no que tange a ouvir, como a dizer. Como se a vida fosse um eterno "mar de rosas"...
                      Um "não " bem colocado muitas vezes educa mais do que muitosn"SIM". Penso que seja um fator até mesmo cultural. Fomos educados a dizer "está tudo bem!", conformando-nos com situações e aflições, ou "tudo se resolverá!..." Será que se resolverá mesmo? Ou se acumulará? Quantas vezes ficamos aborrecidos conosco para não magoar alguém, porém, eu sempre ouvi dizer que "é melhor ficar roxo por um minuto do que viver amarelo a vida inteira". Tais procedimentos precisam ser revistos, antes que se perpetuem de pais para filhos, de geração, evitando-se com um "não", acompanhado de um porquê, que situações maléficas venham a se multiplicar.
                    A criança que se desenvolve ouvindo "não", no momento certo, provavelmente estará fortalecida a se deparar com situações consideradas difíceis e que envolvam tomar decisões. Podems citar algumas atitudes que exigem coragem e firmeza e que são conseguidas graças à força positiva do "não", quando bem absorvida:
                  Tomar decisões convenientes, mesmo sofrendo influências no momento de fazer escolhas, seja de companheiros ou de hábitos e costumes adquiridos.
                 -Enfrentar situações dolorosas como perdas e separações em famílias, mesmo optando por alternativas que vêm de encontro ao seus sentimentos.
                -Opinar diante de condições da vida, muitas vezes duvidosas, que exijam tomadas de decisões práticas.
                -Assumir, diante de diferentes grupos de cinvivencia, comportamentos que vão de encontro aos interesses do grupo, por acreditar ser esse o melhor para sua vida.
               -Tornar-se mais consciente e preparado para críticas e autocríticas.
               -Ser independente e desenvolver tarefas, mesmo quando correr o risco de envolver-se com erros e acertos.
               As relações entre as pessoas devem ser desenvolvidas alicerçadas em verdades sólidas, mesmo que duras de serem aceitas.Não se deve permitir que a fantasia habite o mundo individual de pessoas que nos são caras, concorrendo para futuras frustações. Quando a criança ou adolecente lida com dualidade da vida "SIM, NÃO", "SER OU NÃO SER", amadurece de acordo com a sua faixa cronológica, sofrendo menos decepções, alçando vôos mais seguros rumo ao sucesso e, consequentemente, causando menos sofrimento às pessoas que os cercam.
              Concluindo, é importante registrar que a omissão, a permissividade, a acomodação ou a ausência por parte daqueles que educam se tornam fatores geradores de conflitos e deformações da personalidade humana. A criança mais do que ninguém, precisa habituar-se a ouvir "SIM", quando não dá para acontecer oque ela quer. E nós, enquanto educadores pensantes, devemos continuar com a responsabilidade de estabelecer limites, relações de direitos e deveres e, acima de tudo a criança enquanto ser em desenvolvimento, se quisermos uma sociedade mais justa e uma melhor qualidade nas relações interpessoais para o próximo milênio.
                                                                                  *Especialista em educação
                                  FONTE: Revista AMAE educando Novembro-1997 nº272

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